28 de Janeiro de 2011

"Diga-me mais, cavalinho: o que é a dor de um homem quando não há ninguém por perto? Um homem, por exemplo, que caiu num buraco muito fundo e quebrou as duas pernas. Talvez essa dor devore a si mesma, como uma cobra se engolindo pelo rabo.
"Mas tudo isso é nada. Não se parem as coisas por causa de um cavalo. Não se param as coisas nem mesmo por causa de um homem ... Mas por que seria indigno de um ser humano puxar uma carroça? Por que não seria indigno também de um cavalo?" (Sérgio Sant'Anna, Conto (não conto))

Este conto de Sérgio Sant'Anna é quase uma coisa de filosofia. Ele sempre está escrevendo coisas como, "São nada. Ou tudo", e "Um pouco mais que nada. Ou muito, não se sabe". Eu acho este citação interessante  porque faz os leitores pensar sobre a importância da vida; não somente da vida humana, mas da vida de qualquer ser. A narração aqui é como Juliet, em Romeo and Juliet de Shakespeare, dizendo, "O que nós chamamos uma rosa/Por qualquer outro nome cheiraria como o doce". Certamente se um homem cai num buraco fundo e quebra as duas pernas vai se sentir muita dor. Mas se nenhum de nós estamos por perto, como saberemos que ele está se sentindo dor? Como saberemos que ele existe mesmo? Mesmo assim, ele está com muita dor, quer saibamos ou não.
Continuando, o Sant'Anna afirma que as coisas não se parem por causa de um cavalo nem por causa de um homem. Se as coisas vão se parar, certamente nós pensariamos que seria para um homem, porque o homem domina o planeta. No entanto, as coisas não se param por ele, então podemos acreditar que a vida do homem é mais importante do que a vida do cavalo? O Sant'Anna acredita que não. Ele afirma isto quando ele continua com a última parte desta citação. Se a vida do homem não é mais importante no grande esquema das coisas do que a vida do cavalo, por que o homem teria vergonha de puxar uma carroça? O cavalo puxa a carroça sem nenhum sentimento de indignidade ou vergonha. Eu acredito que isto pode ser porque a inteligência do homem faz com que o homem é o único ser que consegue pensar que existem tarefas próprias para os animais, e existem tarefas próprias para os homens. Se uma tarefa está delegada para um animal, o homem estaria regredindo ao fazer a mesma tarefa. Mas tudo isto somente vem da mente do homem, porque qualquer outro ser não se importaria com estas tipas de coisas.

21 de Janeiro de 2011

"Adeus, meu caro senhor. Se achar que esses apontamentos valem alguma coisa, pague-me também com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço, aqui ao divino sermão da montanha: 'Bem-aventurados os que possuem, porque eles serão consolados'". (Machado de Assis, O Enfermeiro)

Este é o último parágrafo deste conto, e também é o último justificação do Procópio. Em alguns outro contos do Machado de Assis, o desfecho é quado alguém é matado. No entanto, em O Enfermeiro, a complicação é quando o Procópio mata o coronel Felisberto. Durante o resto do conto, o Procópio fica justificando a ação de matar o coronel. O testamento final do coronel deixa toda a sua fortuna com o Procópio. O Procópio fica com tudo mesmo que ele é atormentado toda a sua vida porque ele é a única pessoa que sabe não somente que o coronel foi assassinado, más que foi o Procópio que o matou. Por causa desta tormento interno, o Procópio deve ter algum meio de aliviar sua culpa. Uma maneira é de narrar este conto para que os leitores possam saber a verdade a respeito do morte do coronel. O outro é de justificar suas ações. Ao final, ele conclui que o maior aflição que ele tem é de viver o resto de sua vida com o fortuna do coronel. Sua vida tem sido preenchido desde a morte do coronel com tanta justificação que ele tem que mudar as palavras da bíblia para ter algum consolo. A ironia do conto é que ele espera que, "Os que possuem ... serão consolados" porque ele descobriu que possuindo todas as coisas materiais não dá felicidade nem paz de consiência.

14 de Janeiro de 2011

"'Filosofia da história', por exemplo, é uma locução que deves empregar com freqüência, mas proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade, etc., etc." (Machado de Assis, Teoria do Medalhão)

Teoria do Medalhão, escrito por Machado de Assis, é um diálogo entre um pai e seu filho, que está para fazer seus 22 anos. O filho está entrando na maioridade, e o pai está dando conselho a ele. O pai quer mais do que tudo que seu filho se torna "medalhão", que quer dizer uma figura cheio de si, que tem capital social, mas não faz nada nem contribua nada a sociedade. Esta passagem é interessante porque o pai diz ao filho que não deve pensar por si mesmo.  Todas as idéias importantes já foram descobertas, e o bom medalhão só repete estas idéias. O pai até fala que seu filho deve fugir de qualquer coisa ou situação que pode ser interpretada de o filho chegando a seus próprios conclusões sobre qualquer assunto. O que é interessante é que o pai já está fazendo que o filho não pensa por si mesmo. Ele está influenciando o filho a ser o que ele quis ser, mais nunca será. O pai deve estar pensando que se o filho dele torna-se alguém importante, o pai também será importante pela relação. Este é um pai que quer ser uma pessoa importante, más nunca poderia, então precisa viver vicariamente pelo seu filho. E para alcançar este sonho, o filho deve ser uma pessoa importante que pode ser manipulado pelo pai, e não há nehuma carreira melhor por isto do que o de medalhão.