"Noite ainda, quando ela me pedia
Entre dois beijos que me fosse embora,
Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:
'Espera ao menos que desponte a aurora!
[...]
Espera um pouco! deixa que amanheça!'
-E ela abria-me os braços. E eu ficava.
E, já manhã, quando ela me pedia
Que de seu claro corpo me afastasse,
Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:
'Não pode ser! não vês que o dia nasce?
[...]
Espera um pouco! deixa que anoiteça!'
-E ela abria-me os braços. E eu ficava."
(Olavo Bilac, Tercetos)
Este poema tem duas partes. O autor escreve sobre um amante que quer passar mais tempo com sua namorada. Na primeira parte ele desenvolve alguma desculpa sobre a escuridão da noite e a chuva etc. até a moça calmamente deixa ele ficar até a manhã. Então, na segunda parte, quando finalmente amanheça, a namorada diz que ele deveria sair. Então o amante tem que inventar outra desculpa sobre como é muito cedo, e o que as pessoas pensariam se eles o vissem, e ele quer ficar até a noite, etc. Então ela deixe-o ficar até a noite, e isto é o fim do poema.
Eu acho que este poema captura os sentimentos de namorados novos. Eles só querem ficar juntos, e para eles, nada mais importa. É muito difícil pensar no futuro, e provavelmente eles vão poder se ver novamente. No entanto, enquanto estão namorando, é bem mais fácil pensar só no momento. Se um dos dois precisa sair, o outro vai pensar em tudo que consegue para fazer o primeiro ficar mais tempo. Muitas vezes, portanto, os namorados novos deixam ou esqueçam de fazer seus deveres. Por exemplo, no primeiro semestre que eu estava namorando minha esposa, eu recebi o pior GPA que eu já tenho recebido. Foi muito afortunado que nós nos casamos, porque minhas notas só tem melhorado desde nosso casamento. Ao menos eu estou grato que eu jamais terei que passar por tudo que estes dois namorados neste poema estão passando novamente.
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